A nutrição enteral é uma intervenção médica essencial que garante a ingestão adequada de nutrientes em pacientes que não conseguem consumir alimentos de maneira convencional, ou seja, pela boca.
Há muitas razões que podem levar uma pessoa a precisar de uma nutrição enteral, sendo uma situação temporária ou permanente.
Pacientes com dificuldades de deglutição
Os pacientes que apresentam dificuldades de deglutição, também conhecido como disfagia, precisam muito da nutrição enteral.
A disfagia é uma situação grave que impede a passagem segura dos alimentos da boca para o estômago, aumentando o risco de aspiração e pneumonia, por isso a nutrição enteral se torna necessária.
É importante lembrar que a disfagia, pode surgir por causas variadas, incluindo AVC, doenças neurológicas como Parkinson e esclerose múltipla, ou até mesmo envelhecimento.
Nesse contexto, a nutrição enteral permite que esses pacientes recebam todos os nutrientes necessários sem o risco de complicações associadas à ingestão oral. A sonda nasogástrica ou gastrostomia são comumente usadas, dependendo da duração e gravidade da condição.
Pacientes com distúrbios gastrointestinais
Um segundo grupo de pessoas que precisam de dietas enterais, são os pacientes com distúrbios gastrointestinais, como a doença de Crohn, colite ulcerativa e a síndrome do intestino curto, que podem prejudicar significativamente a capacidade do corpo de absorver nutrientes.
No caso desses pacientes, eles, muitas vezes, enfrentam desnutrição devido à má absorção de nutrientes.
Sendo assim, a nutrição enteral ajuda a garantir que os pacientes recebam os nutrientes, contornando as partes do trato gastrointestinal que não estão funcionando corretamente. A nutrição enteral pode ser adaptada para ser facilmente digerida e absorvida, o que é essencial para a saúde e recuperação desses pacientes.
Pacientes em recuperação de cirurgias
Um terceiro grupo envolve os pacientes que estão se recuperando de uma cirurgia, especialmente após procedimentos complexos como cirurgias abdominais ou bariátricas, pode ser um momento crítico para a nutrição adequada.
Além disso, os pacientes que passaram por cirurgias no trato gastrointestinal podem ter restrições temporárias na ingestão oral de alimentos.
É nesse contexto que a nutrição enteral é extremamente importante, já que permite uma recuperação mais rápida e eficaz, fornecendo os nutrientes necessários para a cicatrização e regeneração dos tecidos.
Além disso, a nutrição enteral evita complicações como a desnutrição e acelera o retorno à alimentação normal.
Pacientes com doenças crônicas
Em quarto lugar, podemos considerar os pacientes que possuem doenças crônicas, como a insuficiência renal, hepatite crônica e doenças cardíacas avançadas, muitas vezes levam a estados de desnutrição devido à complexidade no manejo alimentar e à diminuição do apetite.
A nutrição enteral, nesse contexto, se torna uma ferramenta vital para garantir que esses pacientes recebam uma nutrição adequada e equilibrada durante o tratamento dessas doenças.
É importante lembrar que a alimentação enteral pode ser personalizada para atender às necessidades específicas de cada doença, ajustando-se aos requisitos nutricionais e restrições dietéticas, promovendo melhor qualidade de vida e estabilização da condição clínica.
Pacientes em tratamento oncológico
Por último, é preciso lembrar dos pacientes que estão em tratamento oncológico.
Para eles, a nutrição enteral é essencial, já que eles enfrentam uma série de desafios nutricionais todos os dias, porque os procedimentos de quimioterapia e radioterapia causam efeitos colaterais severos como náuseas, vômitos, mucosite e perda de apetite, dificultando a ingestão oral de alimentos.
A nutrição enteral é uma solução eficaz para manter a nutrição adequada durante esses tratamentos intensivos, porque ela consegue fornecer todos os nutrientes essenciais necessários, auxiliando o paciente a lidar melhor com a doença.
Além disso, a nutrição enteral, como é fonte de nutrientes, ajuda muito no processo de recuperação, principalmente quando a ingestão oral é impossível.
Como é administrada a nutrição enteral
A administração da nutrição enteral pode ocorrer de várias formas, dependendo da necessidade do paciente e da duração prevista do tratamento.
A sonda nasogástrica, é uma das maneiras mais comuns. Nesse método, uma sonda é inserida através do nariz e segue até o estômago. É geralmente usada para nutrição a curto prazo, sendo uma opção comum em hospitais.
Além disso, a nutrição enteral também pode ser administrada por meio da gastrostomia, que envolve a inserção de uma sonda diretamente no estômago por meio de um procedimento cirúrgico, geralmente usado em pacientes que necessitam de nutrição enteral por um período prolongado.
A nutrição enteral também pode ser feita por meio de Jejunostomia. Essa prática é parecida com a gastrostomia, mas a sonda é inserida no jejuno, uma parte do intestino delgado. É indicada para pacientes com problemas no estômago ou esôfago.
Por fim, a nutrição enteral pode ser administrada de forma contínua, usando uma bomba que libera a alimentação de maneira controlada ao longo do dia, ou de forma intermitente, em intervalos específicos, dependendo da tolerância e necessidade do paciente.
Benefícios gerais da nutrição enteral
A nutrição enteral oferece inúmeros benefícios, destacando-se como uma solução eficaz e segura para garantir a ingestão adequada de nutrientes em situações críticas.
Primeiramente, melhora o estado nutricional, porque fornece todos os nutrientes essenciais diretamente ao trato gastrointestinal, prevenindo e tratando a desnutrição.
Em segundo lugar, a nutrição enteral acelera a recuperação, principalmente me pacientes pós-cirúrgicos ou em tratamento de doenças graves, proporcionando os nutrientes necessários para a cicatrização e recuperação dos tecidos.
Outro benefício está relacionado à redução de complicações em pacientes com risco de aspiração.
Além disso, a nutrição enteral permite a personalização da dieta, já que tem fórmulas nutricionais que podem ser ajustadas para atender às necessidades específicas de cada paciente, garantindo uma abordagem personalizada e eficaz para a nutrição.
Por fim, a nutrição enteral também melhora a qualidade de vida geral dos pacientes, trazendo mais energia e melhora na resposta aos tratamentos, bem como a recuperação mais rápida.
Portanto, a nutrição enteral é uma intervenção vital em diversas situações clínicas, garantindo que pacientes vulneráveis recebam a nutrição necessária para sua recuperação e manutenção da saúde.
